Professor defende maior integração no Mercosul

25/10/2004 - 19h15

Brasília, 25/10/2004 (Agência Brasil - ABr) - A integração é a nossa tábua de salvação, afirmou o professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), Argemiro Procópio, ao se referir aos países membros do Mercado Comum do Sul (Mercosul), que tem como objetivo formar um mercado comum por livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos.

Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional AM (Brasília), Procópio explicou que ainda há dificuldade no processo de integração entre a Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil. De acordo com o professor, a Argentina precisa entender que o açúcar brasileiro é produzido por um preço mais barato e abrir as portas para esse produto, assim como o Brasil precisa entender que é mais barato importar o trigo argentino.

"Há necessidade de uma integração política mais forte, ou seja, o Mercosul começou como uma integração econômica, mas culturalmente ainda era extremamente fraco. A população brasileira não conhece ainda o que é a Argentina, conhecemos muito menos o Uruguai, muito menos o Paraguai, apesar de termos no Paraguai quase meio milhão de brasileiros", disse.

Procópio comentou ainda que o país só estará protegido de pressões externas se souber negociar em bloco. Segundo ele, "a integração tem que ser coordenada pelo Estado e falta integração da mídia, da cultura. O cinema argentino deveria ser muito mais conhecido aqui no Brasil, os acordos com universidades deveriam ser muito mais intensos, idem para o Paraguai e o Uruguai".