Norma Nery
Repórter da Agência Brasil
Rio - Duas cirurgias degenerativas da cervical e uma de calcificação da coluna estão sendo realizadas simultaneamente em três centros cirúrgicos do Instituto de Traumato-Ortopedia (Into), do Ministério da Saúde, localizado no Centro da cidade. Os procedimentos marcaram o início do terceiro mutirão de coluna promovido pela unidade esta semana, sob a coordenação do chefe do Serviço de Coluna, doutor Luís Cláudio Schettino, e com a participação de 50 cirurgiões. A meta é realizar nove cirurgias por dia e alcançar o número de 30 nesta semana, superando a média do hospital que é de 24 intervenções por mês.
A novidade é que o mutirão tem caráter educacional e capacitará médicos de outras instituições do país. Setenta profissionais estão inscritos para participar do Projeto Imersão, na quarta e quinta-feira, que reduzirá para uma semana o treinamento de médicos na especialidade que normalmente tem prazo de três meses. Eles assistirão às cirurgias ao vivo, por meio de telões, no auditório da unidade e poderão interagir com a equipe médica da entidade, fazendo perguntas em tempo real. Atualmente, 737 pessoas aguardam por uma cirurgia de coluna no Instituto. A espera pode levar até dois anos, já que a especialidade é uma das três mais procuradas, ao lado das de joelho e de quadril.
Para o mutirão, foram selecionados pacientes que estão há mais tempo na fila ou que apresentam quadros mais graves. No caso da operação de calcificação da coluna (espondilite anquilosante), o paciente que está sendo operado hoje é Edilson Cardoso Monteiro, de 41 anos de idade, técnico de isolamento termo-acústico. Há dez anos ele sofre da doença que deixa a pessoa curvada, sem conseguir levantar a cabeça e com muitas dores. Edilson não trabalha há cinco anos e estava na fila de espera do Into desde dezembro de 2001.