Candidatos à presidência dos Estados Unidos recebem reforços para campanha eleitoral

25/10/2004 - 18h54

Gabriela Guerreiro
Especial para Radiobrás

Washington (EUA) - A uma semana da eleição, os candidatos à presidência dos Estados Unidos recebem reforços para a campanha eleitoral. O candidato republicano, George W Bush, convidou o governador da Califórnia, Arnold Shwarzenegger, para reforçar os comícios e atividades de campanha até o dia da eleição, que ocorre no dia 2 de dezembro.

A participação de Shwarzenegger é considerada por cientistas políticos norte-americanos como um trunfo nas mãos dos republicanos por causa da visibilidade do governador em todo o país. O professor de Ciência Política da Universidade de Georgetown, em Washington, Clyde Wilcox ressalta, no entanto, que embora sejam do mesmo partido, Bush e Shwarzenegger possuem divergências explícitas em temas polêmicos como o aborto e a união entre pessoas do mesmo sexo.

Enquanto Bush quer incluir na constituição norte-americana a proibição do casamento entre homossexuais, Shwarzenegger vem criticando publicamente a posição do presidente norte-americano. "Os partidos americanos não têm disciplina. Cada partido pode ser integrado por grupos diferentes. É como se existissem divisões internas ou sub-partidos dentro de uma mesma legenda", afirma o professor.

Segundo ele, os candidatos republicanos mantêm uma postura mais conservadora em temas polêmicos e defendem ações bélicas contra o terrorismo, enquanto os democratas são liberais e impõem restrições à ação dos norte-americanos em regiões como o Iraque.

O democrata John Kerry também pretende reforçar a última semana de campanha com a participação do ex-presidente Bill Clinton. A expectativa dos democratas é que Clinton possa conquistar os votos dos negros ainda indecisos, expecialmente depois que o ex-presidente decidiu abrir seu escritório no Bronx, bairro da cidade de Nova York onde a maioria da população é negra.

"Cerca de 90% dos negros devem votar nos democratas. A questão é quem vai votar. Enquanto os democratas querem que os negros e latinos compareçam às urnas, os republicanos não possuem essa mesma visão", afirma Wilcox.

Segundo pesquisa diária divulgada pelo jornal The Washington Post, George W Bush tem 49% das intenções de voto contra 48% de John Kerry. Já o candidato independente Halph Neider tem 1% e os eleitores indecisos somam 2% dos votos.

"Não está claro para onde os indecisos vão migrar. Eles não se convenceram de que Buh é eficiente contra o terrorismo e não tem certeza se Kerry fará um trabalho melhor. Já a economia não está tão forte e isso é algo que favorece John Kerry. Há outras questões em jogo e as pessoas podem ser influenciadas por temas como o aborto e o casamento gay. Os candidatos gastaram US$ 1 bilhão e ainda não conveceram alguns eleitores", ressalta o professor.

A repórter viaja a convite da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil para participar do Programa de Intercâmbio Profissional nos Estados Unidos da América com duração de três semanas. O objetivo do programa é oferecer a quatro jornalistas brasileiros a possibilidade de acompanhar todos os procedimentos das eleições presidenciais norte-americanas. O programa prevê visitas a quatro estados norte-americanos com comportamentos diferenciados nas eleições: Michigan, Florida, Washington D.C. e Nova York.