Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Rio - As vendas do comércio varejista brasileiro registraram em agosto alta de 7,53%. Foi o nono mês de crescimento consecutivo, apesar do consumo ter desacelerado bastante em relação a julho, quando a alta foi de 12,04%. Os dados da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, no acumulado em oito meses, a taxa de 9,45% para o volume de vendas indica queda no ritmo de expansão do varejo.
De acordo com o economista Nilo Macedo, nos meses de agosto, setembro e outubro é normal que haja recuo nas vendas do comércio, porque as famílias estão se preparando para gastar no final do ano. No entanto, ele considerou que o resultado de agosto extrapolou as expectativas.
"A atual fase de expansão do comércio está muito relacionada ao crédito. Ou seja, as famílias estão consumindo devido às facilidades oferecidas pelos lojistas, especialmente para os bens duráveis, como móveis e eletrodomésticos e automóveis, e não em função do crescimento do emprego e do salário. Só que agora as famílias estão chegando no limite de sua capacidade de endividamento, o que, conseqüentemente, reduz o ritmo de crescimento das vendas do comércio", explicou.
De acordo com a pesquisa, em agosto, o setor de móveis e eletrodomésticos voltou a ser o principal responsável pelo crescimento do comércio varejista, com taxa de 29,50% em relação a agosto do ano passado, mas inferior à de julho, que foi de 32,23%.
O segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com recuo no crescimento de 10,40% em julho para 4,06% em agosto, voltou à posição de segunda maior influência na formação do resultado total do setor. Segundo o IBGE, essa redução foi a maior responsável pelo recuo na taxa de crescimento do varejo entre julho e agosto.