Para João Paulo Cunha, primeira nota oficial do Exército foi ''infeliz''

19/10/2004 - 19h10

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP), criticou hoje a nota oficial do Exército, publicada no último domingo (17) pelo jornal Correio Braziliense, sobre a divulgação de fotos inéditas do jornalista Vladimir Herzog, morto nas dependências do DOI-Codi durante o regime militar. "A nota foi muito infeliz, reporta a um tempo que não existe mais em nosso país. A minha impressão é que não tem correspondência no Comando do Exército".

Segundo João Paulo, o comandante do Exército General Francisco Albuquerque "certamente não partilha do teor da nota. O que nós precisamos é reconhecer que as Forças Armadas têm um novo papel, num novo mundo e num novo momento em que nós estamos vivendo e nós temos que superar isto".

O Exército divulgou nesta terça-feira nova versão da nota oficial na qual lamenta a morte de Herzog. A nota afirma que o tratamento dado ao assunto não foi apropriado e revela que houve ausência de uma discussão interna mais profunda sobre o tema. A primeira versão da nota oficial enfatizava que "não há documentos históricos" que comprovem mortes ocorridas durante as operações do exército.