Maurício Cardoso
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje, em seu programa quinzenal Café com o Presidente, que a política de saúde bucal está sendo levada a sério por seu governo. Ele ressaltou que sempre achou um absurdo o fato de o tratamento dentário e da saúde bucal não serem tratados como questão de saúde pública.
Lembrando seu passado de sindicalista, o presidente enfatizou que essa é uma luta antiga que finalmente será vencida. "Eu fui diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo muito tempo e briguei muito com as empresas. Por exemplo, as empresas automobilísticas faziam convênios com empresas de assistência médica e lá não estava previsto o tratamento dentário para as pessoas. E eu sempre achei um absurdo que a boca não fosse tratada como uma questão de saúde pública".
Segundo Lula, pesquisas realizadas pelo Ministério da Saúde mostraram que no Brasil só 55% dos adolescentes têm todos os dentes e que três em cada quatro idosos já não possuem nem um dente na boca. Para reverter esse quadro "estarrecedor", o presidente afirmou que até o final de 2006, 16 mil equipes de saúde bucal estarão atuando em todo o país no trabalho de prevenção e educação.
Ele quer garantir o acesso dos menos favorecidos a tratamentos dentários de qualidade. De acordo com o presidente, no Brasil dor de dente é para pobre, porque o rico vai ao dentista desde pequenininho. "O pobre não pode ir porque não pode pagar".
Lula explicou que o Programa Brasil Sorridente vai cuidar tanto da prevenção quanto do tratamento. Equipes de saúde bucal - que eram quatro mil, hoje são 8.800 e serão, até o fim de 2006, 16 mil - vão visitar casas, fazer a prevenção, verificar os dentes das pessoas, ensinar a escovar os dentes e, se for necessário, encaminhar para um tratamento mais especializado. Haverá centros de saúde bucal, onde a pessoa marcará consulta por telefone e fará o tratamento de que precisa, desde canal à correção dos dentes, sobretudo das crianças. "Se precisar fazer prótese, vai fazer prótese de qualidade para evitar que as pessoas sejam manipuladas, como acontece em várias partes do Brasil em época de eleição".
O presidente informou que serão 400 centros de saúde bucal - um para cada 500 mil habitantes.
