Ellis Regina
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O representante da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil, Jorge Werthein, defendeu hoje uma política de Estado para melhorar a qualidade da educação brasileira. "O que está faltando no Brasil, que nunca teve, assim como outros países têm, é uma política de Estado para a educação. É um política que diga não só que a educação é importante, mas que ela é prioritária. Isto lamentavelmente o país ainda não conseguiu atingir", disse.
Segundo Werthein, estudo da Unesco sobre o perfil do professor brasileiro demonstra que eles lêem pouco jornais e dificilmente têm acesso à cinema ou ao teatro. De acordo com o representante da Unesco, mais da metade dos professores nunca teve acesso à Internet.
A falta de informação do educador passa pela formação familiar. A maioria dos profissionais são filhos de pais que não chegaram a concluir o ensino fundamental - que compreende o antigo 1º grau de 1ª a 8ª séries. "São professores que nascem com dificuldades de capital social em seu próprio núcleo familiar. É uma luta muito grande porque as condições não são nada favoráveis ", afirmou.
Durante debate realizado pela TV Câmara sobre o ensino no país, Jorge Werthein lembrou que o nível de violência física nas escolas é muito grande. Isso, diz o representante da Unesco, tem um impacto negativo na qualidade da educação e no processo de aprendizagem das crianças.
"O professor merece um reconhecimento que não tem por parte da sociedade, pela importância que tem para o desenvolvimento do país. Se não reconhecê-los e não pagá-los devidamente, estamos comprometendo seriamente todo o presente e futuro da educação brasileira ", enfatizou.