Carolina Pimentel
Enviada especial da Radiobrás a Bucareste
Bucareste (Romênia) - O principal objetivo da viagem da comitiva brasileira, chefiada pelo vice-presidente José Alencar à Romênia é aumentar as importações com o país. A idéia do governo brasileiro é equilibrar a balanca comercial entre os dois países.
O Brasil vende muito mais do que compra dos romenos. De janeiro a setembro deste ano, as exportações brasileiras com destino à Romênia somaram US$ 257 milhões, enquanto que as importações não ultrapassaram os US$ 8 milhões. Grande parte dos produtos negociados são produtos primários. "Eu avisei ao meu pessoal para não vender nada para Romênia, só comprar", brincou o vice-presidente.
De acordo com Alencar, para que os negócios entre as duas nações cresçam, é preciso que elas se conheçam melhor. "Isto vai acontecer porque o que se deseja é a consolidação desse relacionamento comercial, uma vez que há um relacionamento cultural e científico e também político", disse Alencar.
O Brasil tem interesse em comprar nozes, óleo de girassol, cobre, calçados esportivos, medicamentos, entre outros produtos. A Romênia, por sua vez, quer vender lâmpadas incandescentes e equipamentos para exploração de petróleo. Além, de cooperar nas áreas de energia e medicina geriátrica.
Durante o encontro com o primeiro-ministro da Romênia, Adrian Nãstase, o vice-presidente reforçou a intenção do governo brasileiro em utilizar o porto da cidade de Constança como ponte para vender produtos brasileiros nos mercados europeu e asiático. O primeiro-ministro propôs ainda que os dois países troquem informações na área educacional.
José Alencar destacou que na Romênia os produtos brasileiros poderão se tornar mais competitivos no mercado europeu, em especial quando o país aderir à União Européia. A previsão é que os romenos integrem o bloco econômico em janeiro de 2007.
O vice-presidente participou também do Fórum Empresarial Romênia-Brasil. O evento reuniu cerca de 69 empresários dos dois países. "A posição estratégica da Romênia em relação aos mercados da Europa Central, que hoje contam com 200 milhões de consumidores em potencial, é vital para que possamos atingir esse novo perfil nos negócios comerciais. Da mesma forma, a posição central do Brasil no coração da América do Sul é fundamental para que as exportações romenas possam alcançar outros mercados em nosso continente", afirmou Alencar.