Lojistas dizem que greve de bancários prejudicou vendas em SP

14/10/2004 - 18h24

Fabiana Uchinaka e Leonardo Stavale
Repórteres da Agência Brasil

São Paulo - A greve dos bancários em São Paulo, suspensa temporariamente em assembléia realizada hoje, completou um mês provocando queda de vendas no comércio varejista. Segundo os lojistas do centro de São Paulo, o movimento e as vendas diminuíram sensivelmente.

O comerciante Renato Freire Valente conta que a procura por seus DVDs e produtos de informática não diminuiu, mas as pessoas alegavam estar sem dinheiro em mãos para comprar. "Houve bastante procura, mas as pessoas alegavam que, pelo fato de os bancos estarem fechados, não tinham condições de comprar", disse. Os prejuízos, segundo ele, são visíveis e a situação está difícil. "O fluxo de pessoas baixou muito e as vendas caíram bastante. Houve dias em que eu não consegui vender nada, nem um Real".

Dona de uma loja de cosméticos no centro comercial da cidade, Nair Lima revelou-se espantada com a queda no movimento. E disse acreditar que consumidores e comerciantes estejam mais cautelosos nesse tempo de greve. "Nós, comerciantes, estamos com medo de aceitar cheques, porque não temos como conferir com o banco. E os clientes também estão preocupados. Por isso, as vendas na minha loja caíram uns 40%", afirmou.

A movimentação com cheques também foi um problema ressaltado pela comerciante Kátia Fernandes, vendedora de uma papelaria. "A greve atrapalhou porque nós trabalhamos muito com cheque e cartão. Como as pessoas não podem movimentar e não sabem quando a greve irá acabar, elas seguram o dinheiro e não compram. As vendas caíram cerca de 50%", calcula.