Brasília, 12/10/2004 (Agência Brasil - ABr) - As condições geográficas de Gonaives, a cidade haitiana mais atingida por uma tempestade tropical em setembro, dificultam as ações de ajuda humanitária na região e o resgate de corpos. O chefe da seção de comunicação social da Brigada Haiti, coronel Luís Felipe Carbonel, informou que até as estatísticas sobre mortos e feridos naquela cidade são precárias.
A Força de Paz das Nações Unidas no Haiti e os grupos de ajuda humanitária trabalham com uma estimativa de dois mil mortos e 700 a 800 desaparecidos. "Ainda existem muitas áreas alagadas e muita coisa não foi constatada", acrescentou o militar.
A cidade de Gonaives está sobre um terreno extremamente argiloso, o que o torna quase impermeável, impedindo o escoamento da água. Além disso, explicou Carbonel, existe um lençol freático sob a cidade que está muito próximo da superfície do solo. A população de Gonaives tem utilizado a água de poços artesianos. "Quanto mais a situação demorar a voltar à normalidade, maior o risco de doenças endêmicas", disse ele.
Por enquanto, ressaltou, a situação tem sido mantida sob controle apesar de todas as carências existentes. Carbonel disse que diariamente saem comboios de Porto Príncipe para Gonaives com provimentos para a população. Os comboios são escoltados por soldados brasileiros. Devido à grave situação das estradas, a viagem de 160 quilômetros entre as duas cidades dura cerca de 10 horas, informou o coronel.
"Posso garantir que a ajuda humanitária está chegando a Gonaives. Agora, se está chegando em quantidade suficiente ou se a distribuição está sendo feita de maneira ágil o suficiente não posso responder", destacou Carbonel.
Ele disse que a Força de Paz e os grupos de ajuda humanitária estão fazendo o possível para ajudar a população atingida pela tempestade tropical. Ele acrescentou que "toda ajuda enviada ao Haiti é importante".