Marcelo Gutierres e Flávia Albuquerque
Repórteres da Agência Brasil
São Paulo – O ministro da Saúde, Humberto Costa, afirmou que investigações sobre os casos de corrupção entre funcionários públicos do Rio de Janeiro, não foram concluídas "propositalmente" no período anterior ao segundo turno das eleições municipais. Segundo o ministro, as investigações começaram em março do ano passado (2003) e foram feitas pelo governo a partir de denúncias que existiram antes do governo Lula.
"O fato de estar sendo divulgado só agora é porque só agora o processo foi concluído e nós temos a obrigação de há qualquer tempo ter as posições claras no sentido de combater a corrupção e, por essa razão, aconteceu agora. Pelo fato de que todo o processo foi concluído agora e o momento de se fazer as punições é agora".
Costa disse desconhecer qualquer investigação anterior ao governo Lula. "A única coisa que sei que houve foi uma portaria abrindo uma sindicância em dezembro de 2002, que não deu em nada. A investigação que chegou a responsabilizar funcionários e a desvendar o esquema de
corrupção que havia ali foi feito por nós".
O Ministério da Saúde afastou oito funcionários por envolvimento em irregularidades no Hospital de Traumato-Ortopedia (Into), no centro do Rio. Foram investigados nove funcionários, mas um foi inocentado. As demissões são resultado do trabalho da Comissão de Procedimento Administrativo Disciplinar, instalada em fevereiro de 2003 para apurar denúncias de desvio de recursos da unidade.
Nesta quinta-feira, o ministro Humberto Costa anunciou, no próprio hospital, o resultado das investigações, as irregularidades podem alcançar R$ 200 milhões. A comissão analisou três mil processos de licitações realizadas entre 1995 e 2002 e apontou irregularidades como superfaturamento, falta de realização de pesquisa de preços e falsificação de pareceres jurídicos. Há casos também de dispensa ilegal de licitações. De acordo com o Ministério, todas caracterizam infrações administrativas e penais.