Sistema de informações facilita compra de produtos da agricultura familiar

07/10/2004 - 18h52

Christiane Peres
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome está financiando um sistema de informações que facilita a comercialização dos produtos dos agricultores familiares. O Sistema de Informação e Promoção de Produtos e Serviços da Agricultura Familiar (Sispaf) foi criado em 2003 e é resultado de uma parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o ministério.

De acordo com o gestor do convênio, Otávio Balsadi, as unidades de pesquisa da Embrapa participam do projeto de diversas maneiras. "O foco principal está voltado para a transferência de tecnologia e apoio aos agricultores familiares, principalmente na região do semi-árido nordestino".

Coordenado pela Embrapa Meio-Norte, o Sispaf foi colocado em prática no primeiro semestre deste ano pelo governo do Piauí. "O governo do estado deu uma utilização prática ao projeto. Facilita a política de compra", diz Balsadi. Segundo ele, os resultados são positivos porque os agricultores têm a possibilidade de comercializar seus produtos de forma mais lucrativa. "O sistema dá um suporte maior para viabilizar a comercialização dos produtos. Permite que eles sejam oferecidos a um número maior de possíveis compradores."

Para Balsadi, o sistema tenta diminuir a atuação dos atravessadores. "O agricultor terá lucro maior sem a presença da figura do atravessador, que fica com parte do lucro". Além disso, incentiva a organização dos agricultores. "Eles precisam ter uma visão de planejamento e de diversificação de compradores e de produção. Assim, podem até caminhar para uma associação de produtores, uma cooperativa. Teriam mais possibilidades de ofertar uma quantidade maior de alimento."

O ministério também quer que o Sispaf funcione como um instrumento para as políticas estruturais do programa Fome Zero. "Esse sistema traz princípios que são importantes na utilização de políticas de geração de emprego, renda e melhoria do acesso à alimentação". De acordo com Balsadi, o alimento comprado dos agricultores familiares é utilizado na merenda escolar ou repassado a entidades assistenciais.

De acordo com a Embrapa Meio-Norte, os estados de Santa Catarina, Pernambuco e Ceará manifestaram interesse em implementar o sistema.