PPPs não serão eficientes na recuperação de rodovias, diz CNT

06/10/2004 - 18h13

Brasília, 6/10/2004 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Clésio Andrade, afirmou que as parcerias público-privadas (PPPs) não terão eficácia no processo de recuperação das rodovias brasileiras. Para ele, as parcerias somente serão eficientes para as obras de infra-estrutura relativas à construção de portos ou ferrovias, entre outras.

"As PPPs não vão funcionar no caso das rodovias porque não vão haver interessados em participar. A não ser que o governo resolva custear o que não for possível arrecadar com os pedágios. Se o governo entrar com essa diferença, aí pode dar certo, mas não sei se eles vão aprovar uma PPP com essa profundidade. Mas será solução para a infra-estrutura de transporte. Vai ajudar muito quando você envolver toda a logística de transporte", afirmou Clésio.

Pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), divulgada hoje, indica que 56,1% das estradas brasileiras (41.911 quilômetros) estão com o pavimento em estado deficiente, ruim ou péssimo.

Segundo a CNT, em comparação ao ano passado, o estado geral das rodovias, que inclui qualquer grau de imperfeição, sofreu leve piora. Em 2003, 26% das rodovias foram consideradas ótimas ou boas. Em 2004, esse índice caiu para 25,3%. As estradas consideradas deficientes, ruins ou péssimas em 2003 somavam 74%. Em 2004, esse índice subiu para 74,7%, correspondente a 55.806 quilômetros.

A região Nordeste é a que tem o maior número de estradas em condição deficiente, ruim ou péssima (24,4%). O Sudeste tem o menor número de quilômetros nessas condições, 11%. Das 20 melhores rodovias do país, 19 passam pelo estado de São Paulo. A melhor rodovia brasileira é a SP 348, no trecho entre São Paulo e Limeira, e a pior é a BR 459, que liga Poços de Caldas (MG) a Lorena (SP). A pesquisa avaliou toda a malha rodoviária pavimentada do país.