Marcelo Gutierres e Pedro Malavolta
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, disse hoje que há interesse do governo brasileiro em ajudar a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, em inglês) nas vistorias das instalações no país. "Ao mesmo tempo, vamos preservar nossa tecnologia, como todos os países no mundo fazem", destacou.
Campos participou do seminário Indústria do Plástico – os caminhos para crescer e conquistar novos mercados, promovido pelo jornal Valor Econômico na manhã de hoje. Também participou do evento o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carlos Lessa.
O ministro destacou que o programa nuclear brasileiro é "pacífico e estratégico para o futuro do país". Segundo ele, em 20 anos, 25% do mundo será movido por energia nuclear e o Brasil pode ser um dos seis países que terão esse combustível.
Os fiscais da IAEA visitarão 41 instalações brasileiras, a partir do dia 18 deste mês, incluindo as Indústrias Nucleares do Brasil, em Resende (RJ), onde funciona o programa brasileiro de enriquecimento de urânio, com centrífugas desenvolvidas e fabricadas pela Marinha do Brasil.
De acordo com o ministro, as negociações sobre a vistoria, que estavam paradas desde de junho do ano passado, foram reabertas no mês passado. Na Áustria, durante uma conferência da agência, no dia 23 de setembro, Campos conversou com o diretor-geral do órgão, Mohamed El Baradei, sobre a forma como será feita a vistoria.
"Temos todo o interesse de ajudar o trabalho da agência de energia nuclear, da qual somos fundadores. Temos uma enorme cooperação. Só no ano passado, recebemos 90 técnicos para treinar, enviados pela agência. Daí, dá para ver o enorme respeito que agência tem pelo Brasil", disse o ministro.