Greve dos bancários completa 20 dias

04/10/2004 - 16h39

Christiane Peres
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Os bancários entram nesta segunda-feira (4) no 20º dia de paralisação. Até o momento não existe pedido de dissídio coletivo. Segundo a assessoria da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), "nenhuma parte fez o pedido". Bancários, bancos ou Ministério Público podem pedir o dissídio coletivo à Justiça do Trabalho se entenderem que a sociedade esteja sendo prejudicada pela greve. De acordo com o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Vantuil Abdala, se o dissídio coletivo for pedido, a greve acaba em 10 ou 15 dias.

Desde 1991 não havia uma greve tão longa. Por causa disso, segundo o secretário-geral do Sindicato dos Bancários do Distrito Federal, Jair Ferreira, o corte de ponto deverá ser discutido entre as partes. "Há 13 anos não tínhamos uma greve dessa dimensão. Além das nossas reivindicações temos que incluir na pauta a negociação do desconto dos salários", disse.

Para Ferreira, os bancos não têm facilitado as negociações. "Hoje, nós tínhamos uma reunião com os banqueiros, mas depois da reunião de sexta-feira no TST nós desmarcamos. Não vale a pena. Eles não querem alterar os números já apresentados". Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários Jacy Afonso de Mello, "as mobilizações continuam até que seja feita alguma negociação".

Na última sexta-feira (1), representantes da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) se reuniram com o presidente do TST para chegar a um acordo para o fim da greve. Os banqueiros não aceitaram a reivindicação da categoria, que optou por continuar a paralisação.

Os sindicalistas divergem, no entanto, ao avaliarem os efeitos da greve sobre a população. Para Ferreira, a sociedade não está sendo prejudicada. "Cerca de 80% dos trabalhos do dia-a-dia, como pagamento de contas, se resolvem nos auto-atendimentos", avalia. Já o presidente do sindicato acredita que a greve esteja afetando as pessoas. "É claro que a população sente, por isso queremos chegar a uma negociação logo", conclui.