Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Ministério da Justiça vai integrar em rede 10 universidades que oferecem cursos na área de segurança pública para que policiais militares e civis, além de guardas municipais e bombeiros, façam especialização na área, principalmente em gestão. A iniciativa é da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), que oferecerá bolsas de estudo integrais ou parciais a alunos que sejam operadores de segurança pública.
Os cursos serão abertos à comunidade e haverá reserva de metade das vagas aos operadores do sistema. A Rede Nacional de Especialização em Segurança Pública (Renaesp) vai operar ainda este ano com turmas de 45 alunos, em 10 universidades. A rede será ampliada para 20 universidades no ano que vem e integrará os 27 estados até 2006, de acordo com o chefe do Departamento de Pesquisa, Análise da Informação e Desenvolvimento de Pessoas em Segurança Pública, Ricardo Balestreri.
A idéia, segundoBalestreri, é formar uma nova inteligência na área e fomentar uma visão diferente de segurança pública. "Queremos algo identificado com modernidade, que englobe as ciências humanas, biológicas e até econômicas", explicou.
Balestreri disseque o objetivo não é implantar a inteligência clássica policial, que usa técnicas como a infiltração de policiais para obter informações. "É uma inteligência no sentido humanístico, no sentido moral. Queremos tornar o policial mais habilitado a fazer um bom trabalho, porque, afinal, policiais não trabalham com coisas, trabalham com pessoas", explicou.
Os cursos terão duração de um ano. Com a rede funcionando ainda em 2004, os primeiros alunos vão concluir os estudos no final do ano que vem. Balestreri disse que não há notícia de uma iniciativa desse porte em outra parte do mundo. "Isso é revolucionário e vai mudar a cara da segurança pública no Brasil, porque acredito que não há país que financie nacionalmente cursos de especialização para seus policiais", afirmou.