Consultores financeiros aumentam o otimismo quanto ao crescimento do PIB este ano

04/10/2004 - 10h14

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Analistas de mercado e consultores financeiros consultados pelo Banco Central, na semana passada, demonstram cada vez mais otimismo quanto ao crescimento, este ano, do Produto Interno Bruto (PIB). A pesquisa, encerrada na última sexta-feira e divulgada hoje, indica a previsão de o PIB chegar a 4,5%, contra estimativa de 4,23% há um mês e de 4,47% na semana anterior. É um crescimento pequeno a cada semana, mas que vem se mantendo gradativo há 13 semanas. Já a previsão para 2005 teve ligeira queda, de 3,55% para 3,50%, e voltou à estimativa inicial.

Trata-se, em parte, da retomada da produção industrial, que deve crescer 6,61% este ano, na expectativa do mercado, contra previsão de 6,50% no boletim Focus da semana anterior. A produção, no entanto, está quase no limite da capacidade instalada do parque industrial, com vistas a atender a demanda crescente das exportações brasileiras, que vão gerar saldo de US$ 32 bilhões na balança comercial deste ano, com expectativa de mais US$ 27 bilhões em divisas no ano que vem.

Esse comportamento se reflete positivamente nas previsões de superávit das contas correntes externas, que deve ser de US$ 9,2 bilhões (contra estimativa de US$ 8,97 bilhões na semana anterior) depois de deduzidas as transferências para pagamento de juros da dívida. Como resultado, cai também o nível de comprometimento da dívida líquida do setor público em relação ao PIB. A perspectiva do mercado, no mês passado, era de fechar o ano com equivalência de 56,50%, caiu para 56% há uma semana e agora reduz para 55,40%, mais próximo da previsão do BC, de 55%.

Somado à queda do risco-Brasil lá fora, o fato faz com que mais investimentos externos sejam carreados para o país. Como exemplo disso, o mercado elevou a expectativa anterior, de US$ 11 bilhões, para US$ 14,95 bilhões em investimentos estrangeiros diretos neste ano, e manteve a projeção de US$ 13 bilhões para o ano que vem, com base em um cenário no qual a taxa de câmbio não ultrapasse R$ 3,00 neste ano, além de reduzir a estimativa de R$ 3,17 para R$ 3,15 por dólar norte-americano no encerramento de 2005.