Rio, 30/9/2004 (Agência Brasil - ABr) - A ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, afirmou ontem, no Rio, que o governo federal está otimista com o leilão de linhas de transmissão que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizará hoje, na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

"Nós acreditamos que o leilão vai ser muito bem sucedido. Acho que o último leilão, ao sinalizar um deságio significativo, permitiu que a Aneel fizesse correções nos preços das linhas de transmissão. Então, o preço inicial ou de reserva do leilão vai estar ainda mais baixo", disse a ministra, confirmando a sua prença durante o pregão.

Dilma Rousseff participou do seminário "Rumos do Setor Elétrico Brasileiro", promovido pela Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine).

O leilão da Aneel envolverá investimentos da ordem de R$ 2,1 bilhões para a construção de 2.862 quilômetros de linhas de transmissão da rede básica, envolvendo 11 estados das cinco regiões do país. Serão ofertadas 12 linhas e seis subestações, em 148 municípios. As obras gerarão 4,9 mil empregos diretos.

O modelo adotado, no qual vence quem oferece a menor tarifa, ou seja quem oferece o menor pedágio pela passagem de energia pela rede, traz, na avaliação de especialistas do governo, maior segurança de rentabilidade ao investidor e, ao mesmo tempo, os deságios eventualmente verificados no leilão resultarão em benefícios para o consumidor, uma vez que a tarifa de uso dos sistemas de transmissão é um dos componentes de custo da tarifa paga pelo mesmo consumidor final às distribuidoras.

Segundo a Aneel, os empreendimentos serão construídos em 11 estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Pará, Paraíba e Ceará.

Trata-se do primeiro leilão realizado pela Aneel este ano. A entrada em operação deverá acontecer num prazo máximo de 26 meses. Entre 1998 e 2002 a Aneel leiloou e autorizou 20,481 mil quilômetros de linhas de transmissão, das quais 14,584 mil estão em operação. Foram gerados 20 mil empregos diretos e atraídos investimentos nacionais e internacionais – inclusive de países como a Espanha, Itália, Argentina, Suíça e Estados Unidos.

Somente este ano, 717 quilômetros de linhas foram energizadas e há previsão de entrada de mais 1.551 quilômetros até dezembro deste ano.