Programa de qualificação em informática beneficia jovens carentes

29/09/2004 - 6h37

Márcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil

Recife – Jovens de 14 a 21 anos, de 10 comunidades carentes do Recife, beneficiados com um programa de qualificação em informática cidadania e comércio eletrônico, receberam, nesta terça-feira (28), a visita do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, John Danilovich.

A iniciativa, implementada em Recife e Salvador, em conjunto com o Comitê para Democratização da Informática de Pernambuco (CDI), é financiada com recursos de US$ 4 milhões da Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), em um período de quatro anos.

O embaixador destacou que a expectativa do governo dos Estados Unidos é de que o programa possa fornecer as ferramentas necessárias para o bom desempenho dos jovens não só no mercado de trabalho, mas também na vida pessoal.

A meta do programa Enter Jovem é capacitar, no primeiro ano de atividade, mil jovens, sendo 500 em Recife e 500 em Salvador, em três módulos: básico, intermediário e avançado.

Além da capacitação, que ocorre duas vezes por semana, os estudantes, todos oriundos de escolas públicas da periferia, recebem instruções sobre empreendedorismo e economia solidária para facilitar a promoção de emprego e renda nas comunidades onde vivem.

Um dos beneficiados pelo programa, Weidson Melo, que já concluiu o curso, montou o próprio negócio, uma microempresa de assistência técnica em informática. "Eu fui uma pessoa marcada pela falta de oportunidades, quando decidi fazer um curso profissionalizante para ajudar meu pai, encontrei o Enter Jovem e tive sorte. Hoje, faturo uma média de R$ 400,00 mensais com prestação de serviços de manutenção de equipamentos", declarou.

A estudante Leidiane da Silva, de 17 anos, contou que uma pesquisa realizada recentemente, pelos próprios alunos do programa, em 28 empresas da região metropolitana, constatou que existem vagas para jovens no mercado, com segundo grau completo, mas com a exigência de que tenham no currículo pelo menos um idioma a mais. "Os empresários dizem que os adolescentes têm garra, objetivos, são dinâmicos e aprendem rápido, mas colocam dificuldade na hora de contratar, alegando imaturidade e indisponibilidade de dedicação integral ao trabalho, em função do estudo", afirmou.

Nos últimos 10 anos, a Usaid investiu US$ 11 milhões em programas de atenção à criança e ao adolescente em situação de risco em quatro capitais brasileiras, sendo três no Nordeste.