Liésio Pereira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A organização não-governamental (ong) Movimento Voto Consciente elabora um ranking de desempenho dos vereadores da capital paulista para informar a população sobre a atuação dos candidatos à reeleição. A ong foi criada em 1987 e é formada por voluntários.

Segundo a coordenadora geral do Voto Consciente, Rosângela Giembinsky, todas as observações dos voluntários que acompanham o dia a dia das comissões são confrontadas com os dados oficiais da Câmara Municipal para se chegar a esse resultado. "Levantamos todos os dados, via assessoria técnica, checamos tudo para fazer nossas planilhas", explicou.

A pontuação atribuída aos parlamentares, segundo Rosângela, utiliza também um critério subjetivo. "É muito em função do que a gente presencia ali (na Câmara). O critério mais subjetivo (na avaliação) é o da nota do Voto Consciente, pela nossa postura ética. É como ele (vereador) discute os projetos, se freqüenta – de fato – a comissão ou se entra, assina a presença e sai. É a nossa avaliação diante da postura dele", definiu.

Os voluntários, de acordo com a coordenadora, têm contato direto com os deputados, mas apenas para buscar informações. "Discutimos muito (com os vereadores), conversamos, mas não temos uma postura de amizade, não", ressaltou. "Pedimos muitas informações para os gabinetes e, para nós, isso também conta ponto. Os gabinetes têm de estar bem montados, ter pessoas capazes dentro e não apenas cabos eleitorais".

Nas audiências públicas, segundo Rosângela, a orientação é para que os voluntários manifestem apenas a opinião já definida pelo Movimento. "Em uma audiência pública com um tema em que nós já temos definido o que a gente pensa e defende, o voluntário se manifesta. Podemos nos manifestar em projetos de interesse público. Não, por exemplo, em projetos que interessam a uma classe. Aí não tem a ver com o nosso trabalho".

Além do trabalho na Câmara, o Voto Consciente promove Fóruns Deliberativos do Cidadão para explicar a importância do voto e do exercício da cidadania. "A gente percebe que é muito fácil criticar, mas a verdade é que os problemas hoje são complexos e se a sociedade civil não ajudar, não colaborar, não vai ter ‘salvador da pátria’ para resolver. Tem um outro lado nosso que é o trabalho de educação para a cidadania. É isso que queremos: fazer o indivíduo perceber que ele também deve fazer um pouco pelos problemas coletivos", resumiu a coordenadora.

Ela acrescentou que os Fóruns também são feitos em parceria com empresas para levar esses conceitos ao ambiente de trabalho, "discutindo a questão da responsabilidade com funcionários e a própria direção da empresa".

Todo o trabalho já realizado pelo Voto Consciente, segundo Rosângela, já está surtindo efeito e deverá se refletir nas eleições deste ano. "Sentimos que está evoluindo a conscientização da importância da participação, do voto, somos otimistas nesse sentido", disse.