Juiz que mandou reabrir bancos quer garantir atendimento à população

29/09/2004 - 19h01

Arthur Braga
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O vice-presidente Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 2 ª Região (TRT-SP), juiz Pedro Teixeira Manus, disse que sua decisão de conceder liminar "em caráter precário" determinando a reabertura dos bancos ao público no Estado de São Paulo tem o objetivo de garantir o atendimento à população, já que a greve dos bancários "coloca em risco o cadastramento de novos aposentados no próximo dia 1º de outubro, o que não pode ser feito pelos meios alternativos de acesso à rede bancária", além de não terem eles cartão eletrônico para saques.

A decisão, tomada a pedido do Ministério Público do Trabalho (MPT), fixa o limite de até 40 % de trabalhadores em greve por estabelecimento bancário, determina a abertura de todas as agências bancárias do Estado a partir de amanhã, e prevê multa diária de R$ 200 mil pelo descumprimento da liminar. A greve completou hoje 15 dias.

O pedido da liminar foi feito pela procuradora regional do Trabalho, Roksana Boldo, durante a Audiência de Instrução e Conciliação no TRT, que, após 1h20, terminou sem acordo e reuniu representantes da Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul, da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

O representante da Fenaban, Magnus Apostólico, reiterou que a medida vai garantir o serviço à população.O advogado da Federação dos Bancários, José Eduardo Furlanetto, ressaltou que "não se tem notícia de que tenha havido alguma liminar, até hoje, exigindo 60 % da categoria trabalhando".

A reunião não tratou do dissídio coletivo. A juíza Maria Aparecida Duenhas foi sorteada relatora do dissídio e a data do julgamento ainda será definida.