Marcela D'Alessandro
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Dar cidadania a todas as mulheres brasileiras que trabalham no campo. Essa é a meta do Programa Nacional de Documentação da Mulher Trabalhadora Rural lançada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Nesta semana, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, e em outras cinco regiões do país, salas do Incra estão sendo usadas para que essas mulheres, que ainda não têm documentos de identidade, possam retirá-los de graça.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 40% da população rural do Brasil, sendo nove milhões de mulheres, não têm qualquer documento. O presidente do Incra, Rolf Hackbart, disse que o resultado da campanha vem sendo satisfatório. "As mulheres sempre foram discriminadas pelo poder público e na sociedade, dentro da família, mas isso não significa que essa documentação será só para as mulheres, para os homens também, mas a prioridade é para as mulheres trabalhadoras rurais," ressalta Hackbart.

Dona Maria de Lurdes, 42 anos, mora no Vale de Jequitinhonha, em Minas Gerais, e trabalha na roça há vinte anos. Ela tem dez filhos e diz que nunca tirou os documentos de identidade por não ter condução para ir até um posto de emissão. "Está melhorando. Eu vim até aqui a pé para tirar o documento e tirei carteira de identidade, CPF e carteira de trabalho," diz a trabalhadora rural. Mais informações nas superintendências do Incra ou pelo telefone 0800 78 7000. A ligação é gratuita.