Liésio Pereira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Os meios de comunicação não acompanham como deveriam o que acontece na Câmara Municipal de São Paulo. Esta é a opinião da coordenadora dos voluntários do Movimento Voto Consciente, Sonia Barboza.
"Se você pegar os jornais, percebe que falam muito pouco dos vereadores. As pessoas não têm noção do que acontece na Câmara. As pessoas mais cultas, que lêem jornais, sabem o que acontece, porque parece que o que acontece lá não é notícia", criticou.
Sonia é uma ex-empresária que redescobriu o gosto pela política ao aderir ao Movimento Voto Consciente, há quatro anos. "Vendi a minha empresa e achei que ainda podia trabalhar um pouco mais, não queria ficar aposentada".
Ela conta que chegou ao movimento ao participar de uma reunião da organização não-governamental Companheiros das Américas, na qual permaneceu por curto período de tempo. "Sempre fiz política na minha vida. Pertenci ao diretório acadêmico da universidade, na escola fazia sempre muitos movimentos. Quando comecei a trabalhar com o Voto Consciente, percebi que vinha trabalhando com política desde garota", lembrou.
No início, Sonia freqüentou a Câmara dos Vereadores com outra voluntária para aprender o trabalho. Depois, ficou responsável pela Comissão de Política Urbana e há três anos acompanha a Comissão de Constituição e Justiça. Nas duas, ela destaca que foi bem recebida, principalmente pelos secretários, que ensinaram os trâmites da Casa.
Nesses quatro anos de trabalho, Sonia tem dura crítica ao regimento interno da câmara. Segundo ela, o regimento "não é firme" e dá muitas brechas para mau comportamento dos vereadores. "É preciso um ajuste no regimento interno, tem muita coisa lá que não está certa. Isso só muda se houver pressão, alguma reclamação, eles (vereadores) não mudam por eles próprios. Só se o povo e os jornais começarem a reclamar", avaliou.
Apesar das críticas, Sonia está otimista quanto às eleições municipais deste ano. Na sua opinião, a sociedade está mais atenta e os vereadores mais alertas sobre a vigilância do Voto Consciente. "Tenho certeza de que nessa próxima legislatura, sabendo que o Voto Consciente está usando essa metodologia (de acompanhamento sistemático da Câmara), espero e acho que eles (vereadores) vão ficar mais conscientes do seu trabalho", afirmou.