Ellis Regina
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os seqüestros-relâmpagos em Brasília ocorrem principalmente às quintas-feiras. Aos sábados, praticamente não há ocorrências. Essas são algumas das constatações do subchefe da Central Integrada de Atendimento e Despacho da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, Major Goulart. Ele tomou para si a missão de fazer um estudo das principais ocorrências de seqüestros-relâmpagos na região. A pesquisa não é institucional e não tem data para ser concluída.
O militar está acompanhando atentamente as ocorrências na cidade, procurando estabelecer um perfil dos seqüestradores, como eles agem e quais são as principais reações das vítimas. Sem revelar números, ele diz que as ocorrências têm aumentado dia a dia. Goulart concorda que é necessário tipificar esse crime no Código Penal. "É irremediável tipificar. É um fenômeno novo e o Código Penal deve acompanhar as modificações pelas quais a sociedade passa", ressalta.
A prática desse tipo de crime normalmente envolve a participação de mais de uma pessoa e o uso de arma de fogo. Ameaçada, a vítima é forçada a entregar seu cartão magnético do banco com a respectiva senha, para que os seqüestradores realizem saques nas agências bancárias. O crime pode ser ainda mais grave, quando a vítima sofre agressões ou é assassinada. Segundo o major Goulart, a falta de dados sobre as ocorrências também passa pela preocupação das autoridades de não alarmar a população. "As pessoas não podem ficar em pânico com medo de estacionar ou ir ao banco", diz.
Toda a atividade comercial, inclusive bancária, está regulada pelo Código de Defesa do Consumidor. Dentro da agência bancária, a responsabilidade pela segurança dos clientes é da instituição prestadora de serviço. As normas de segurança para evitar seqüestros recomendam que o saque de dinheiro seja feito de forma rápida e discreta em caixas eletrônicos de áreas de grande circulação, como shopping centers ou hipermercados. O cliente não deve ostentar o valor sacado e só deve conferir o dinheiro quando estiver em local seguro.
A Secretaria de Segurança Pública do DF recomenda que as pessoas evitem andar sozinhas em ruas de pouco movimento ou escuras; que fiquem atentas à aproximação de carros e mudem, quando possível, suas rotinas e itinerários, tomando o cuidado de avisar a alguém conhecido o novo trajeto.