Solução para greves e melhorias no sistema dependem de reforma do Judiciário, diz Thomaz Bastos

28/09/2004 - 18h10

Fabiana Uchinaka
Repórter Agência Brasil

São Paulo – A solução para greves como a do Judiciário paulista, que terminou nesta segunda-feira depois de 91 dias de paralisação, dependem de questão salarial e da própria reforma do Judiciário, prevista para ser aprovada logo após o segundo turno das eleições municipais, e da criação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Foi o que disse nesta terça-feira o ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, logo após falar no 10º Seminário Internacional promovido pelo Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, na capital paulista.

Para o ministro, a justiça brasileira é lenta e demorada, mesmo sem greve. "Temos de trabalhar juntos no sentido de organizar mecanismos que façam desaparecer essa demora. E esses mecanismos estão na reforma estrutural do Poder Judiciário", disse.

Bastos também afirmou que não acredita em uma operação padrão para solucionar o problema da greve. "Ao contrário, o Tribunal vai encontrar formas de acelerar a Justiça para tirar o tempo perdido nesses 91 dias", disse. "Não há milagre, nem tiro de canhão. O que existem são passos que estão sendo dados".

De acordo com o ministro, a reforma do Judiciário passa, fundamentalmente, pela criação do Conselho Nacional de Justiça. Ele explicou que a CNJ será um órgão de controle externo e também de planejamento estratégico, "de governança judiciária". Na opinião de Bastos, "é isso o que falta no poder judiciário brasileiro: um órgão de coordenação e planejamento para as diversas justiças existentes no país".