Bancários em greve discutem forma de pagamento para aposentados sem cartão eletrônico

28/09/2004 - 15h44

Débora Barbosa
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Agências bancárias de todo o país permanecem em greve há 15 dias. A categoria reivindica um aumento real de 17,28%, reposição salarial de 6,7%, participação nos lucros igual a um salário mais R$ 1.200 fixo e um 14º salário. Além disso, pedem redução da jornada de trabalho (de seis para cinco horas) com a criação de um segundo turno de trabalho e aumento do horário de atendimento das agências.

O presidente do Sindicato dos Bancários do Distrito Federal, Jacy Afonso de Mello, disse, em entrevista a Rádio Nacional AM (Brasília), que os bancos continuam insensíveis. Mello explicou ainda que a Justiça do Distrito Federal tem utilizado instrumentos para barrar a greve. "Infelizmente, a Justiça do Distrito Federal tem se utilizado de um instrumento chamado interdito proibitório para tentar tirar o nosso direito de greve que está assegurado na Constituição".

Segundo ele, através desta decisão judicial, os bancos têm conseguido abrir algumas agências para que os clientes possam entrar. "É uma tentativa de barrar o direito constitucional de greve da categoria bancária", disse.

Quanto o pagamento de aposentados e pensionistas que recebem os benefícios na boca do caixa, o presidente do sindicato disse que é uma forma que está sendo estudada. "Caso o aposentado ou o pensionista não tiver o cartão eletrônico para receber seu pagamento pelos caixas eletrônicos, o sindicato irá discutir e garantir uma forma dele receber este seu pagamento. Nós garantimos que iremos assegurar o pagamento dos aposentados", afirmou.

A proposta de reajuste apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) desde o início da greve, que varia de 8,5% a 12%, de acordo com a faixa salarial, foi rejeitada pela categoria.