Transplantes com cordões umbilicais são mais eficazes, rápidos e baratos

24/09/2004 - 17h22

Paulo Montoia e Marcelo Gutierres
Repórteres da Agência Brasil

São Paulo – O transplante de células de sangue retirado dos cordões é mais eficaz, eficiente e barato para o Sistema Nacional de Transplantes do que o método tradicional, que usa medula óssea. Segundo o ministério da Saúde, o sangue retirado dos cordões umbilicais é o mesmo que está no bebê ao nascer. Ele contém células-tronco hematopoiéticas adultas – com mais de 12 semanas de formação – que são as células que originam todas as células do sangue humano e são as mesmas encontradas, retiradas e usadas da medula óssea.

A rede BrasilCord, lançada nesta sexta-feira em São Paulo, em cerimônia com o ministro da Saúde, Humberto Costa, ira criar um banco Nacional de sangue de cordões umbilicais, reunindo material doado pelas mães, no ato do parto, para dez instituições em cinco regiões do país. O sangue é drenado do umbigo e placenta, processado para retirada do excesso de glóbulos vermelhos e enviado ao banco, aonde é congelado. O material é armazenado a 196 graus Celsius negativos e válido por até vinte anos. O processo é caro, mas o país economizará: a coleta e manutenção de cada amostra custará ao país, em média, 2 mil dólares, mas a importação de cada uma custa atualmente 23 mil dólares.

De acordo com o ministro Huberto Costa, o prazo de espera pelo transplante poderá cair dos atuais seis meses para apenas quarenta dias, pois o material já estará disponível para testes. Além disso, o BrasilCord permitirá o desenvolvimento de pesquisas regionais, em genética e biologia molecular, pois comportará amostras genéticas de todos os tipos étnicos do país. Os dois primeiros postos do banco, que já dispunham de tecnologia para funcionamento e passam a integrar a BrasilCord imediatamente, são o Hospital israelita Albert Einstein, em São Paulo, e o Instituto Nacional do Câncer, no Rio de Janeiro.