Arthur Braga
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – As empresas de Fundição filiadas à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) fecharam hoje acordo com a Federação Estadual dos Metalúrgicos, ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), que garante reajuste salarial de 9,57 % a partir de 1º de setembro para cerca de 10 mil metalúrgicos no Estado.
O sindicato patronal se comprometeu a discutir nos próximos meses outros pontos reivindicados pelos trabalhadores, como um limite para as horas extras e a possibilidade de o sindicato fiscalizar as condições de trabalho nas empresas terceirizadas (limpeza e restaurante).
No acordo fechado com as montadoras e o setor de auto-peças ficou definido que, a partir de 1º de janeiro de 2005, o limite anual de horas extras para cada trabalhador será de 275 horas, ou 29 horas por mês. Toda hora extra que ultrapassar o limite terá um adicional de 75 %, quando for feita de segunda-feira a sábado, e de 130 % em domingos, feriados e dias já compensados.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, ainda não marcaram reunião para negociação as bancadas patronais que representam as empresas dos chamados grupos 9 (indústrias de trefilação e laminação de metais ferrosos, máquinas, aparelhos elétricos e eletrônicos e similares, refrigeração, esquadrias, entre outros) e 10 ( lâmpadas, rolhas metálicas, aparelhos elétricos de iluminação, artefatos de ferro, entre outros).
O sindicato iniciou nesta semana uma série de paralisações nas fábricas para pressionar as negociações com os sindicatos patronais ou por empresa. Até o momento, os metalúrgicos continuam negociando em separado com as empresas dos grupos 9 e 10. Segundo o sindicato, 29 empresas já se comprometeram a reajustar os salários de seus funcionários em 9,57 %, a partir de primeiro de setembro.
A greve por tempo indeterminado continua nas empresas que não abriram negociação. No estado de São Paulo, as indústrias dos grupos 9, 10 e Fundição contam com cerca de 70 mil trabalhadores.