Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Brasil contabilizou, no mês de agosto, o melhor resultado fiscal da série histórica iniciada em 1991: registrou um superávit primário de R$ 10,931 bilhões e viu a relação entre dívida líquida do setor público e Produto Interno Bruto (PIB) cair para 54,1% - "o nível mais baixo desde abril de 2003" - de acordo com o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes.

Ele disse que a relação dívida/PIB tem caído sistematicamente ao longo do ano (era 58,7%, em dezembro último) em decorrência, principalmente, da valorização do câmbio e do comprometimento da política econômica com a responsabilidade fiscal. Esse desempenho "nos leva, de fato, a acreditar no cumprimento da meta de fechar o ano com a relação dívida/PIB em 55%, e com superávit primário de 4,25% do PIB (R$ 71,5 bilhões) acertado com o Fundo Monetário Internacional (FMI), anunciou Lopes.

Os números divulgados hoje pelo BC falam em superávit acumulado ao longo do ano - pelo governo central, estados, municípios e empresas estatais - de R$ 63,7 bilhões (5,8% do PIB), bem acima dos R$ 56 bilhões projetados para setembro. Falta pouco, portanto, para o alcance da meta, mas Altamir Lopes lembra que tradicionalmente o mês de dezembro é deficitário.

Com base nos dados até o último dia 17, ele acredita que a relação da Dívida/PIB deste mês permanecerá na casa de 54%, mas a expectativa para o encerramento do ano é de comprometimento um pouco mais alto: em torno de 55%, tomando-se como parâmetro o câmbio de hoje, que é de R$ 2,88 por dólar norte-americano.