Avanço tecnológico impede grande impacto da greve dos bancários

24/09/2004 - 16h18

Christiane Peres
Repórter da Agência Brasil

Brasília – "Há 15 anos o estrago de uma greve era muito maior", afirmou o secretário geral do Sindicato dos Bancários, Jair Pedro Ferreira. Com os avanços tecnológicos do final dos aos 80, o trabalho dos bancários ficou muito prejudicado. Segundo Ferreira, as máquinas substituíram o trabalho dos bancários. "Muitos dos serviços que eram feitos pelos caixas hoje são realizados nos auto-atendimentos. Isso afetou muito a mão-de-obra", disse.

Nesse contexto, as greves e mobilizações bancárias também ficaram prejudicadas com o avanço da tecnologia. Hoje, com as casas lotéricas, caixas eletrônicos e internet a população não sente tanto o impacto das paralisações. "As pequenas operações como saque, depósito e pagamento de contas podem ser feitas facilmente. Até de casa. A tecnologia amenizou muito isso", disse.

O secretário admite que mesmo diante dessa realidade não "dá para ficar inerte aos avanços tecnológicos". "Facilitou e agilizou muito o trabalho nas agências, mas por outro lado, reduziu drasticamente o número de bancários". Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários, Jacy Afonso de Melo, a categoria reduziu em 600 mil. "Hoje são apenas 400 mil bancários no país. Antes era um universo de um milhão".

Jacy aponta que uma das reivindicações dos grevistas é a redução da jornada de trabalho para aumentar o horário de atendimento. "Isso geraria uma média de 150 mil empregos", declarou. Segundo o presidente do sindicato, as casas lotéricas e postos de atendimento são pontos negativos, principalmente no que diz respeito às greves. "Além de precarizar as relações nos bancos, esses postos não recebem benefícios da categoria e não tem segurança para o atendimento". Para ele, o ideal seria que as agências bancárias chegassem a todos os lugares.

De acordo com o secretário geral do sindicato, Jair Ferreira, os serviços mais afetados pela greve são as grandes operações como financiamento, crédito, grandes transferências. "Essas operações não são realizadas pela população em geral é um cliente específico do banco, VIP. Que naturalmente já tem um atendimento diferenciado", concluiu.