Brasília, 22/9/2004 (Agência Brasil - ABr) - O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, estima que a pirataria causa perdas de R$ 4 bilhões por ano à economia brasileira. Em alguns segmentos, segundo o secretário, para cada camelô que vende um produto pirata há perda de seis a dez empregos. "Essa idéia de que o camelô precisa do dinheiro para sua família é justa, mas na realidade para cada camelô que está vendendo um produto pirata há perdas substanciais de empregos na cadeia direta de produção", alerta.
O número de CDs piratas também cresceu no país. Em 1997, 3% dos CDs vendidos no Brasil eram piratas. Em 2003, o número aumentou para 60%. Dados indicam ainda que o Paraguai importa 140 milhões de CDs virgens por ano e há um consumo interno de 3 milhões. "Então, se não há um consumo interno tão grande significa que esses CDS virgens estão sendo insumo para pirataria", acredita.
Para Luiz Barreto a pirataria atinge diretamente o artista brasileiro, uma vez que 72% dos CDs consumidos no país são de músicas nacionais. O secretário faz uma comparação com o ano de 97. Segundo ele, na época foram distribuídos 21 discos de platina - oferecido àqueles que venderam mais de 500 mil cópias - e em 2002 foram apenas quatro.
Segundo Barreto, a pirataria mostra tristes resultados para o país, como o fechamento de seis mil estabelecimentos comerciais e 60 mil demissões. "Quando você produz um disco, você tem o músico, o arranjador, o distribuidor, o maestro, o programador visual, o fotógrafo, você tem o distribuidor que faz a distribuição daquele CD, o fabricante, as lojas, os vendedores, todo mundo ganha nessa seqüência. Por isso é que não custa R$ 5 como custa um CD pirata. Quando você entra na pirataria toda essa seqüência de empregos desaparece" explicou.
O secretário defende que a pirataria tenha o mesmo tratamento de um crime grave. "A pirataria tem que ser tratada com a mesma importância que tratamos outros crimes mais graves, como narcotráfico, contrabando, tráfico de armas, porque ela também faz parte dessa rede de crimes transnacionais", defende.