México supera Brasil como principal destino de investimentos estrangeiros na AL, diz Unctad

22/09/2004 - 17h51

Spensy Pimentel
Repórter da Agência Brasil*

Brasília – O México ultrapassou o Brasil na condição de principal destino dos investimentos estrangeiros na América Latina em 2003, indica a edição deste ano do "World Investment Report", relatório sobre os fluxos mundiais de investimentos produzido pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento. O documento foi divulgado hoje em Genebra, na sede da entidade.

Segundo o relatório, o Brasil recebeu US$ 10,1 bilhões em investimentos estrangeiros diretos em 2003, enquanto o México alcançou US$ 10,8 bilhões. Em 2002, o Brasil superara o México: eram US$ 16,6 bi, contra US$ 14,7 bi, respectivamente.

O texto indica que as entradas de investimentos estrangeiros diretos (IED) na América Latina e no Caribe diminuíram 3% entre 2002 e 2003 (de US$ 51 bilhões para US$ 50 billhões) e alcançaram o ponto mais baixo registrado desde 1995. Foi o quarto ano consecutivo de queda no continente. No Brasil, foi registrada diminuição de 39%. "Mas, com a melhoria da conjuntura econômica, as perspectivas para 2004 são favoráveis", anunciou hoje em Genebra o secretário geral adjunto da Unctad, Carlos Fortin.

Os fluxos de investimentos diminuíram em 19 dos 40 países da América Latina e do Caribe considerados pela Unctad no estudo. Apesar de Brasil e México continuarem sendo os maiores captadores de investimentos, alerta a Unctad, os fluxos para esses países diminuíram em 39% e 26%, respectivamente.

Serviços

A publicação, que este ano tem o subtítulo "Virada rumo aos serviços" ("The shift towards services"), apresenta as tendências mais recentes para os investimentos estrangeiros diretos (IED), incluindo os movimentos de empresas multinacionais. Segundo a Unctad, os fluxos mundiais de investimentos "alcançaram o fundo" em 2003. O relatório também discute a migração dos investimentos internacionais para o setor de serviços, possibilitada pelas novas tecnologias da informação e das comunicações. Ainda segundo o organismo das Nações Unidas, a expectativa é que nos próximos anos aumente a entrada de investimentos estrangeiros nos países em desenvolvimento.

O relatório também analisa as políticas públicas necessárias para, segundo a Unctad, "aproveitar o potencial, aumentar ao máximo os benefícios e minimizar possíveis efeitos negativos" dos investimentos estrangeiros diretos. O texto reconhece ainda que essa novidade pode ter "repercussões locais de grande magnitude". Mais informações em www.unctad.org.

*Com informações da Unctad.