Humanização é ferramenta para mudar gestão e atenção à saúde

22/09/2004 - 6h31

Christiane Peres
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Debater a humanização como ferramenta potente para mudanças no modelo de gestão e atenção à saúde é o objetivo do I Seminário Nacional HumanizaSUS, promovido pelo Ministério da Saúde, nesta terça-feira (21) em Brasília. De acordo com a coordenadora de Atenção Hospitalar, Elaine Lopez, esse novo significado dá mais profundidade às ações. "Não é só pintar o hospital de cor de rosa. Agora vamos trabalhar com políticas mais articuladas e trabalhar a relação entre as pessoas", disse.

Para o coordenador geral de apoio à Implementação das Políticas de Saúde, Dário Frederico Pasche, a Política Nacional de Humanização (PNH) é a tradução dos princípios da gestão de saúde.
Ele ressaltou que o conceito a ser trabalhado é o de ferramenta. "Usamos o conceito da palavra (humanização), mas como uma ferramenta de auxílio das equipes para modificar as formas de gestão e atenção à saúde", explicou.

De acordo com Pasche, as principais metas da política são a redução das filas nos hospitais e postos de atendimento e a qualidade das clínicas. Para isso, segundo o coordenador, o ministério trabalha em três vertentes: Política Nacional de Humanização (PNH), educação e trabalho e descentralização. "A articulação dessas três áreas permite levar essa política a lugares mais distintos e com maior qualidade". Dário Pasche explica que atenção à saúde envolve formas de produzir saúde, ou seja, medidas de "promoção, prevenção, cura, reabilitação e avaliação do sofrimento".

A coordenadora do HumanizaSUS, Regina Benevides, destaca a importância do seminário e diz que a partir dessa iniciativa os modelos de gestão à atenção serão rediscutidos. Regina enfatiza o novo valor do PNH: "O HumanizaSUS está despertando as pessoas para a qualificação da atenção à saúde".

Regina explica que o seminário foi rico porque trouxe, além do conhecimento do Ministério da Saúde, experiências de vários estados nessa área da humanização. "Houve muita troca. A partir de agora, é traçar as prioridades diagnosticadas".

Para o subsecretário do Ministério da Saúde, Valcler Rangel, o HumanizaSUS vai trabalhar tanto com a ação voltada à qualificação do profissional, para que ele assegure melhor atendimento, quanto à mudança de estrutura das unidades. "É preciso ter uma estrutura de recepção mais agradável e permitir que as pessoas possam participar do processo de organização das unidades". Segundo Valcler, quando se abre um espaço para que as pessoas participem efetivamente da organização dessas unidades, abre-se a possibilidade de humanizar o serviço.