Benedito Mendonça
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, lançou hoje o Programa de Fomento ao Cooperativismo da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Coopersol). Seu objetivo é garantir que pelo menos 20% dos recursos disponíveis no Plano Safra para Agricultura Familiar (um total de R$ 7 bilhões) sejam financiados por intermédio das cooperativas de crédito.
Segundo o Banco Central (BC), 1.665 municípios (29% de um total de 5.658) não têm agências bancárias, mas em vários deles existem cooperativas. A solenidade de lançamento teve a presença do presidente do BC, Henrique Meirelles.
O Coopersol faz parte do Plano Brasil Cooperativo, do governo federal, que dá a cada ministério autonomia para implantar programas que estimulem o crescimento do setor. De acordo com Rossetto, o governo está avançando muito na liberação do volume de crédito para a agricultura familiar e para os assentados da reforma agrária.
"Há um ano e meio trabalhávamos com R$ 2,2 bilhões e agora neste ano agrícola estamos operando com R$ 7 bilhões", destacou. Na visão do ministro, a idéia da cooperação e da associação é de organização e produção estratégica para o modelo de desenvolvimento do governo.
Segundo ele, o acesso ao crédito, o programa de seguro da agricultura familiar, a reconstrução do sistema de assistência técnica e agora o programa de cooperativismo "todos eles compõem uma forte estratégia de desenvolvimento rural para a agricultura familiar e os assentados da reforma agrária no país".
Para Rossetto, o lançamento do Coopersol inaugura e dá forma ao programa de apoio ao cooperativismo e representa um dos momentos importantes da implementação da estratégia de desenvolvimento rural que o governo persegue. "Apoiar a agricultura familiar e o programa de reforma agrária se constituem eixos estratégicos para o modelo de desenvolvimento econômico com inclusão social que nós estamos construindo no país", disse ele.
O ministro afirmou também que o que se fez hoje foi marcar com força um programa de reforço da idéia da cooperação. "Desse cooperativismo sadio que nós reconhecemos como instrumento fundamental para estimular a produção, a renda, um instrumento que melhor democratize os resultados do trabalho".
Miguel Rossetto salientou ainda outras ações do governo envolvendo os agricultores, lembrando que "estamos trabalhando fortemente com a recuperação de um sistema nacional de assistência técnica e extensão rural; na semana passada, concluímos e já estamos operando, aquilo que era uma reivindicação histórica do nosso povo do campo, o seguro da agricultura familiar e, nesse momento, estamos consolidando um programa de apoio ao cooperativismo de crédito, ao cooperativismo de produção".
O ministro do Desenvolvimento Agrário disse também que o governo está operando um programa de aquisição de alimentos, em conjunto com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e com o Ministério de Desenvolvimento Social, "que cria uma dinâmica de compras públicas no âmbito federal, com possibilidade expansão para os âmbitos estadual e municipal".
Segundo Rossetto, poucos países dispõe das oportunidades que o Brasil tem para oferecer trabalho, ocupação produtiva, incremento de produção de alimentos com qualidade. "Por isso é que, paralelo a uma estratégia fundiária, um programa de acesso à terra, um programa de reforma agrária, construimos um conjunto de políticas públicas que dê sustentação efetiva a esse modelo agrário democratizado de acesso à terra".
Na cerimônia de lançamento o ministro também assinou um convênios na área de capacitação e expansão com nove cooperativas de crédito num valor total de R$ 1,9 milhão e que deve beneficiar 139,3 mil famílias.
Entre os parceiros do Coopersol estão a Associação do Cooperativismo de Crédito Familiar e Solidária (Ancosol), organização com abrangência nacional, e outras oito cooperativas de crédito que atuam em 15 estados. Rossetto assinou ainda um termo de cooperação técnica com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) para formação de técnicos especializados em cooperativismo de crédito. A intenção é formar 240 profissionais nessa área nos próximos dois anos.