Lula diz na ONU que terrorismo não pode ser combatido apenas com ações militares

21/09/2004 - 13h57

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou hoje que o terrorismo não pode ser combatido apenas com ações militares. "O necessário combate ao terrorismo não pode ser concebido apenas em termos militares. Precisamos desenvolver estratégias que combinem solidariedade e firmeza, mas com estrito respeito ao Direito Internacional", disse o presidente ao participar da abertura da 59ª Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos.

O presidente citou a falta de soluções para os conflitos no Oriente Médio e disse que o governo brasileiro não acredita "na interferência de assuntos internos de outros países, mas tampouco nos refugiamos na omissão e indiferença diante de problemas que afetam nosso vizinhos". Lula lembrou a ajuda do Brasil e de outras nações no processo de reconstrução do Haiti.

O presidente destacou ainda que a América Latina, apesar dos conhecidos problemas sociais e econômicos que sofre, está passando por um "período de amadurecimento democrático com uma vibrante sociedade civil". E pediu a união dos países sul-americanos.

Em seu discurso, o presidente mencionou as conquistas obtidas pelos países em desenvolvimento na última reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), com a redução dos subsídios impostos pelos países ricos aos seus produtos agrícolas. Lula disse que a ação dos países asiáticos, africanos e da América Latina – por meio do G-20 (grupo que reúne 20 países em desenvolvimento) - permitiu a manutenção da idéia de "liberalização do comércio com justiça social" na rodada de negociações de Doha.

"É fundamental continuar desenhando uma nova geografia econômica e comercial, preservando as vitais relações com os países desenvolvidos, criando sólidas fontes com os países do Sul, que por muito tempo permaneceram isolados uns dos outros".