Rio, 21/9/2004 (Agência Brasil - ABr) - O diretor da Área de Negócios Internacionais da Petrobras, Nestor Cerveró, afirmou que já há um cenário claro de mudanças no patamar do preço do barril de petróleo no mercado externo, o que afasta a possibilidade de que o preço do barril venha a cair abaixo de US$ 35 no curto prazo. Ao fazer palestra durante almoço promovido pelo Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças, Cerveró disse que essa é apenas uma opinião, mas que hoje já é compartilhada pelo mercado e pelas empresas do setor.
"Os preços do barril do petróleo não devem cair no curto prazo e o cenário já indica claramente a mudança de patamar. Não creio que o barril de petróleo caia no curto prazo abaixo dos US$ 35. Há aí o aumento da demanda em razão do crescimento de alguns países, principalmente da China e da Índia. Esse processo é agravado pela redução de investimentos em exploração, o que afasta a possibilidade de grandes descobertas de novos campos no curto prazo. Além da questão da oferta e da demanda, não podemos esquecer, é claro, os conflitos no Oriente Médio", disse.
Para Nestor Cerveró, esse cenário faz com que investir no setor petrolífero continue a ser um grande negócio. No entanto, ele não quis opinar sobre a necessidade de a Petrobras aumentar os preços da gasolina e do diesel.
Em entrevista na semana passada, o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, descartou a possibilidade de que esse aumento ocorresse enquanto durasse a volatilidade (oscilação) do preço do barril no mercado internacional.
Na ocasião, Roberto Costa garantiu que, enquanto o mercado externo continuar oscilando, não haverá novidades na questão dos preços dos dois combustíveis. "A volatilidade continua e enquanto ela continuar não tem novidade. É sem aumento de preço", disse.