Brasília, 21/9/2004 (Agência Brasil - ABr) - O crescimento no nível de emprego no país deve continuar até dezembro deste ano. A previsão é do ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, ao prever que o crescimento será superior aos 0,94% registrados em agosto. Segundo o ministro, isso deve ocorrer até a época do natal: "Mesmo no mês de dezembro, quando as empresas param de contratar, o nível de emprego deve permanecer estável ou cair menos que o habitual".
A retomada do crescimento do emprego pode ser exemplificada por um setor: a construção civil. Nos oito primeiros meses de 2003, foram demitidos 14 mil funcionários. Mas, somente em agosto deste ano, a construção civil cresceu 1,61%; o que representa mais de 90 mil trabalhadores com carteira assinada.
Informações regionais do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF) demonstram que o ramo gerou, entre julho e agosto, 500 novos empregos. Já a indústria de transformação abriu 2.900 postos. O comércio ofereceu 5.100 vagas e os setor de serviços, 6.400. Em compensação, a administração pública perdeu 4.300 empregados. No DF, 242.700 mil pessoas estão desempregadas.
Se no Centro-Oeste, o saldo emprego/desemprego está equilibrado, no Nordeste a situação é diferente. Dados do ministério do Trabalho indicam que esta foi a região que mais ofereceu novos postos em todas as áreas em níveis percentuais, 1,57% ou 55.285 vagas. Em números absolutos, o Sudeste obteve os valores mais altos. Foram 105 mil empregos gerados.
A maior Federação de indústrias do país, a paulista Fiesp, também apresenta números que correspondem aos oferecidos pelo Ministério do Trabalho. Entre janeiro e junho deste ano, o total absoluto de empregados na indústria cresceu de 2.123 para 12.124. Os valores de agosto ainda não foram divulgados, mas a expectativa da Federação é chegar a 13 mil trabalhadores no setor.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), também indicam crescimento de emprego na indústria do país. Na comparação julho de 2003/2004, o crescimento do emprego industrial foi de 2,3%, a maior marca desde o início da série, em janeiro de 2002. Em um período de 12 meses, o aumento foi de 0,5%. Índices do IBGE comprovam, ainda, uma trajetória de recuperação da renda dos trabalhadores do setor.
A mudança quantitativa no número de trabalhadores com carteira assinada no País ainda depende de alguns pontos, segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA). De acordo com um relatório do Instituto, os principais freios de investimentos são os altos impostos e leis trabalhistas. Os dados da pesquisa foram obtidos com 201 empresas privadas instaladas no Brasil.
Dados do relatório mostram que, em pequenos espaços de tempo, o mercado de trabalho segue a tendência do aumento de negócios no país: "Mas no longo prazo é determinado por mudanças nos regimes macroeconômicos, ou pelo que é comumente chamado de reformas estruturais".