Pnud destaca esforço brasileiro para atingir dois objetivos do milênio

19/09/2004 - 9h31

Juliana Cezar Nunes
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Na próxima terça-feira (21) começa em Nova York, a 59ª Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz o discurso de abertura. Na assembléia, os países apresentam um relatório sobre os indicadores e as medidas tomadas para cumprir os oito objetivos de desenvolvimento do milênio – conjunto de compromissos firmados na Cúpula do Milênio, em 2000.

O documento brasileiro já está pronto, mas o conteúdo é mantido em sigilo e só será revelado durante a reunião. A assistente de coordenação do grupo técnico da ONU para os objetivos do milênio – ligado ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) - , Karla Parra Corrêa acredita que o Brasil já pode se orgulhar dos esforços feitos para cumprir a agenda, especialmente no que se refere ao segundo e ao oitavo item, que tratam da universalização do acesso ao ensino básico e da criação de uma parceria mundial para o desenvolvimento, respectivamente.

"O oitavo objetivo não depende de indicadores. É uma questão de esforço para parceria global. Nesse objetivo, o Brasil se projeta bem, liderando debates no âmbito Sul-Sul e discussões sobre o combate à fome", avalia a assistente do Pnud, que teve acesso ao documento que será apresentado pelo governo brasileiro. "Em relação à segunda meta, o país apresenta indicadores muito tranqüilos. O desafio do governo na educação agora vai ser o ensino superior."

113 milhões de crianças no mundo estão fora da escola. No Brasil, o ensino básico é formado pelo nível infantil, fundamental e médio. No nível fundamental, o acesso ao ensino já foi universalizado, ou seja, todas as crianças têm vaga garantida na escola. De acordo com o secretário de educação básica do Ministério da Educação, Francisco das Chagas Fernandes, 49 milhões de alunos estão matriculados no ensino básico no país.

"Nos próximos anos, queremos universalizar o acesso aos níveis infantil e médio", afirma Fernandes. De acordo com ele, a estratégia do governo está diretamente relacionada com a criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). "Esse fundo vai redistribuir os recursos no ensino fundamental, com foco nos estados e municípios."