Paula Medeiros
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que o governo federal não leva em consideração o partido político de governadores ou prefeitos para definir as áreas prioritárias de investimento. "O governo federal não está olhando de quem é o estado, para qual é o governador, de onde é o prefeito. Nós olhamos a necessidade, nós olhamos se o projeto é um projeto que está bem feito, que é consistente, e aí nós fazemos aquilo que a gente pode fazer na medida do sacrifício", afirmou.
Lula visitou hoje, em Recife, o complexo habitacional que está em fase de construção no bairro Cordeiro. Ao todo, serão 22 blocos e 740 unidades habitacionais, além de 56 casas. As residências estão sendo construídas pelos futuros moradores. Eles receberam cursos de capacitação em alvenaria e técnicas de construção civil. Ganham pelo trabalho uma bolsa mensal de R$ 260. O complexo vai abrigar as 435 famílias que viviam precariamente em palafitas, correndo risco de vida sempre que a maré subia.
O presidente disse que ficou feliz ao perceber que a situação melhorou nos locais onde estavam as palafitas. "Eu fico feliz porque a gente está vendo as casas subirem a partir do alicerce. Eu acho que dentro de pouco tempo eu voltarei aqui para a inauguração", afirmou. Lula lembrou que no início do ano passado ele e ministros visitaram as palafitas e, na ocasião, assumiram o compromisso de fazer com que as pessoas morassem com dignidade.
O fato de os futuros moradores, inclusive as mulheres, estarem construindo as próprias casas, segundo Lula, foi o que mais o emocionou. "Não é o problema de construir uma casa ou duas casas, porque isso qualquer um faz, não tem que ser governo de direita, de esquerda, de centro, de qualquer coisa. O que mais me emociona é o fato das mulheres que moravam naquela região, ao sair de lá terem uma ajuda para pagar o aluguel e estarem aprendendo aqui o jeito de fazer suas próprias casas", disse.
O presidente lembrou que no Brasil não é hábito mulher trabalhar na construção civil, mesmo assim, as futuras moradoras estão se empenhando e recebem elogios dos instrutores. "Eu acho que as mulheres tomaram consciência de que não existe diferenciação, as mulheres querem ocupar todos os espaços e eu acho que devem ocupar na política, no mundo acadêmico, no mundo do trabalho, no mundo cultural. Eu acho que aos poucos a sociedade brasileira está evoluindo e eu acho que será uma sociedade mais humanista, mais equânime e mais solidária".