Cecilia Jorge
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Dos 54 mil alunos das escolas públicas de Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo, apenas 60 têm restrições alimentares por problemas de saúde. É um número tão pequeno que o sistema de ensino poderia nem perceber. Mas esses alunos estão sendo atendidos pelo projeto "Alimentação Escolar Diferenciada para Crianças com Restrições Alimentares". A experiência foi apresentada, nesta sexta-feira, no 1º Encontro Nacional de Experiências Inovadoras em Alimentação Escolar, promovido pelo Ministério da Educação (MEC).
A nutricionista responsável pelo projeto, Vanessa Garcia, disse que todos os estudantes passaram por avaliação médica para que as doenças fossem identificadas. Os exames tiveram que ser pagos pelas famílias. Alguns dos problemas identificados são: diabetes, alergia a alguns alimentos, insuficiência renal e hipertensão.
"Na hora da merenda, percebemos que havia algumas crianças que não entravam na fila para pegar a refeição", explica Vanessa ao relatar como o problema foi identificado nas escolas. "No nosso município, a população é muito carente. A maioria das crianças não levava outro lanche de casa para se alimentar na hora da merenda".
Os pais dos alunos receberam orientação da escola para levar os filhos ao médico. As merendeiras também receberam capacitação para aprender a preparar alimentos para diabéticos, hipertensos e obesos.
Um dos problemas identificados na avaliação médica foi a intolerância de um estudante a um aminoácido chamado fenilalanina. Se ingerir essa substância, o aluno pode ter problemas dermatológicos e até mesmo neurológicos. Para atender o único estudante que possui essa doença, o projeto passou a comprar alimentos especiais, como macarrão, leite, salsicha, carne e pão com composição diferente da tradicional.
O projeto também passou a adotar o sistema "self-service", em que o próprio aluno monta seu prato. Para isso, eles recebem orientação de nutricionistas para darem preferência a frutas e verduras.