Danielle Gurgel
Repórter da Agência Brasil
Grupos de mulheres de todo o país se unem para incentivar a participação feminina nos espaços de poder. A bancada feminina no Congresso Nacional e o Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea) vêm desenvolvendo ações para incentivar a participação da mulher no processo eleitoral e reivindicar medidas por parte dos governos. Nas eleições de 2004, há cerca de 295 mil homens contra pouco mais de 80 mil mulheres, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A maioria (51,18%) do eleitorado nacional é feminina.
Para a deputada federal Iara Bernardi (PT-SP), mesmo com a política de cotas instituída em 1996, os partidos não incentivam a participação das mulheres em suas chapas. "A política de cotas é uma das poucas ações que conseguimos colocar na lei, e a prática ainda deixa muito a desejar. A maioria dos partidos não consegue completar a cota de mulheres em suas chapas". Segundo a parlamentar, muitos partidos perdem votos porque não podem completar a chapa com candidaturas masculinas.
De acordo com levantamento feito pelo Cfemea, baseado em dados do TSE, nas eleições de 2000 as mulheres candidatas à vereadora somaram 70.321 (19,14% do total), e as candidatas à prefeita somaram 1.139 (7,59% do total). Nas eleições municipais de 2004, as mulheres representam 22,14% das candidaturas a vereador/vereadora e 9,43% das candidaturas a prefeito/prefeita em todo o país. Para o Cfemea, essa ampliação na participação feminina é muito pequena e ainda representa atraso político e um espaço concentrado e centralizado no masculino.
O centro mantém um jornal chamado Fêmea, que é enviado a todos os grupos de mulheres. O objetivo, segundo o Cfemea, é estimular a participação na política.
A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres considerou que os planos plurianuais do governo devem contemplar claramente a participação femina. As integrantes da secretaria acreditam que a superação das desigualdades de gênero e raça é fundamental para o avanço da democracia, e se comprometeram em ajudar e manter diálogo com as candidatas eleitas em todo o país.