Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A introdução de alimentos mais saudáveis como arroz integral e açúcar mascavo na merenda escolar mudou a realidade de 3.500 estudantes das escolas públicas de Nova Hartz - município com pouco mais de 16 mil habitantes do interior do Rio Grande do Sul. Desde 1999, quando teve início o projeto Merenda Escolar Integral, a Secretaria de Educação do Município comprovou a queda de 7% na taxa de obesidade e 6% na de desnutrição dos alunos.

O projeto está entre as seis experiências apresentados no 1º Encontro Nacional de Experiências Inovadoras em Alimentação Escolar, promovido pelo Ministério da Educação (MEC), em Brasília. Uma das responsáveis pelo projeto, a nutricionista Giceli Soares Siebra, conta que, depois de seis meses de implantar a merenda integral, as crianças recuperaram saúde. Foram substituídos quatro ingredientes básicos da merenda escolar: sal, farinha, arroz e açúcar.

"Invertemos quatro alimentos, o sal refinado, que substituímos pelo sal marinho. Ao invés da farinha branca, usamos a farinha integral. Ao invés do arroz branco, usamos o integral e o açúcar branco foi substituído por mascavo, de cana natural", explica Giceli.

Segundo a nutricionista, as alterações no cardápio ocorreram gradativamente, mas os alunos aceitaram bem a mudança. "A aceitação é de 85 a 97%, um índice bom, e na educação infantil é de 100%. Hoje temos 3.500 crianças se alimentando diariamente, sendo 200 em turno integral", conta.

Em uma das escolas da região, a diretora convocou reunião com os pais para explicar as mudanças no cardápio escolar e montou peças teatrais para apresentar os novos alimentos aos alunos.

A merenda escolar integral custa 50% a mais do que a tradicional, mas, de acordo com Giceli, a mudança vale a pena, pois os alimentos integrais possuem propriedades que auxiliam no combate à desnutrição e à anemia, além de melhorarem o desempenho físico e psicológico dos alunos.