Cristina Índio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio - A produção de vinho na serra gaúcha atingiu este ano 578 milhões de quilos de uvas usadas na fabricação de vinhos e espumantes, no total de 462,4 milhões de litros, o que representa crescimento em comparação ao ano passado, quando foram produzidos 384 milhões de quilos de uva.
A informação é do presidente da Associação Gaúcha de Vinicultores (Agavi) e conselheiro do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Benildo Berini, que está participando da Expo Abras 2004. Embora o setor tenha registrado crescimento, o presidente da Agavi ressaltou que ainda é pequeno o consumo do produto no país. Enquanto em 2002 o consumo era de 1,8 litro por pessoa, no ano seguinte passou a ser de 2 litros. " Isto é muito pouco se considerarmos que a Argentina está com 46 litros por pessoa", explicou.
Benildo Berini afirmou que o setor ainda enfrenta dificuldades com relação a informações sobre o seu desempenho. Ele disse que, com apoio da Embrapa Uva e Vinho, está sendo feito um trabalho de cadastramento de produtores da região Sul, pois atualmente o Rio Grande do Sul é o único estado que tem um levantamento do número de produtores. Berini acredita que no prazo de dois anos o setor de vinhos já poderá contar com números mais confiáveis de desempenho.
Dentro da estratégia de divulgação do vinho brasileiro, uma rede portuguesa de supermercados, instalada no Sul do país, vem trabalhando nos últimos dois anos junto com produtores da região e, pelo segundo ano consecutivo, levou empresas vinícolas para a Feira de Supermercados que acontece no Riocentro. Na ExpoAbras 2004 , a rede de supermercados está com sete empresas em exposição, todas do Rio Grande do Sul.
O diretor comercial da rede, Abílio Almirante informou que no primeiro semestre deste ano houve um aumento de 15% no valor e 18% em volume das vendas de vinhos da rede. "Queremos ter produtores fortalecidos. Esse é um produto que pode melhorar a imagem do Brasil no exterior. Hoje já temos espumantes reconhecidos até na França", disse.
Para melhorar o produto nacional, além das pesquisas que estão sendo feitas o presidente da Agavi afirmou que ainda são importadas mudas certificadas da Itália. Pelos cálculos da Associação, cerca de 13 mil a 15 mil famílias dependem do cultivo da uva no Brasil.