Pedro Malavolta
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Conselhos profissionais de 13 especialidades na área de saúde realizaram hoje, na Assembléia Legislativa de São Paulo, um ato contra o Projeto de Lei 025/2002, conhecido como Projeto de Lei do Ato Médico. O projeto define que todos os procedimentos técnicos que envolvam diagnóstico e indicações terapêuticas deverão ser realizados apenas por médicos.
A profissão de médico é a única das profissões da área de saúde que não teve sua lei de exercício profissional revista depois do estabelecimento da Lei Orgânica da Saúde, que criou o Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo Rogério Duran, do Conselho Regional de Psicologia, o projeto tem dois pontos polêmicos. O primeiro é tornar os médicos responsáveis por coordenar todos os serviços de saúde o que, segundo ele, é contrário às várias experiências multidisciplinares que atuam principalmente no SUS. "Isso com certeza burocratizaria os serviços", declarou Duran.
A segunda polêmica, para Duran, é restringir aos médicos a possibilidade de fazer diagnósticos e prescrever tratamento. "Para a população isso implicaria na perda da possibilidade de escolha de que profissional e de que maneira gostaria de ser atendido".
Os conselhos profissionais que participam da mobilização são: Biologia, Biomedicina, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fonoaudiologia, Nutrição, Psicologia, Serviço Social, Técnicos em Radiologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional.
Atualmente, o projeto está na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Federal aguardando indicação de relator.