Marcio Resende
Especial para a Agência Brasil
Buenos Aires - Como forma de corrigir assimetrias em setores específicos do comércio bilateral entre Brasil e Argentina, o governo argentino vai insistir na aplicação no Mercosul de salvaguardas, ou seja, mecanismos de proteção de mercado automáticos, de acordo com determinadas condições da economia e do comércio.
O assunto deve ser exposto pelo ministro da Economia argentino, Roberto Lavagna, durante as reuniões com os ministros brasileiros da Fazenda, Antonio Palocci, e do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, em Brasília, nesta quinta-feira. O ministro Lavagna e o secretário da Indústria e do Comércio argentino, Alberto Dumont, chegaram a Brasília no final da noite desta quarta-feira.
O objetivo da Argentina é que as salvaguardas sejam aplicadas automaticamente no curto prazo, enquanto os dois países buscam uma política industrial comum a médio e longo prazos. "É um mecanismo para situações de emergência. Diante da falta de uma plena coordenação de políticas macroeconômicas, quando se produzem defasagens comerciais por mudanças bruscas na paridade cambial ou por fases de crescimento divergentes, é preciso compensações", explicou à Agência Brasil o subsecretário de Integração Econômica da Argentina, Eduardo Sigal. No final de agosto, Sigal esteve em Brasília, onde entregou aos negociadores brasileiros a proposta de seu país.
Especificamente, a Argentina propõe que, uma vez comprovado que, durante dois trimestres consecutivos, a média de importações de um setor da economia tenha superado a dos últimos três anos, seria aplicado um mecanismo de cotas, preços ou tarifas por um semestre.