Brasília, 9/9/2004 (Agência Brasil - ABr) - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nesta quinta-feira os indicadores industriais de julho. O dado de maior destaque é o crescimento da taxa de emprego. O índice foi de 0,95% no mês, a maior variação desde 1995. A taxa cresceu durante os sete meses deste ano. E, em comparação a 2003, o aumento foi de 4,11%.
Os salários pagos aos trabalhadores ficaram estáveis. Entre julho do ano passado e deste ano, os salários reais tiveram um crescimento de 8,29%, um ritmo somente comparável ao do primeiro semestre do Plano Real.
Para o coordenador da pesquisa, Flávio Castelo Branco, essa melhora no índice de emprego indica retomada de atividade. "Se não houvesse segurança no cenário nacional, as empresas não contratariam", explica.
A utilização da capacidade instalada das indústrias bateu mais um recorde. Chegou a 83%. Ou seja, essas empresas estão usando quase que a totalidade de sua capacidade produtiva. O valor anterior ao recorde ocorreu em junho. O índice foi de 82,5%.
No entanto, dois índices não acompanharam o aumento dos indicadores. As vendas industriais apresentaram queda de 3,31%. O valor quebra uma seqüência de quatro meses de crescimento. O índice foi de 19,45%. Outra taxa baixa foi o total de horas trabalhadas. Em julho de 2003, registrou crescimento de 7,56%. A queda em relação a este valor foi de 0,24%.
De acordo com Castelo Branco, os índices mostram uma maior estabilidade econômica. Segundo ele, os dados de crescimento foram muito acentuados nos últimos meses, o que não se assemelha com a realidade. Por isso, o crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro deverá permanecer em 4,5%. "Teríamos um crescimento gigantesco e irreal se os números não caíssem", explica.
O coordenador garante que as quedas nos indicadores não representam crise. "Esses recuos demonstram dados mais próximos com a realidade", sintetiza.
Para Castelo Branco, o cenário econômico de 2005 sugere necessidade de novos investimentos na indústria, pois haverá um crescimento na demanda. Segundo ele, somente com mais recursos nesse ramo será possível dinamizar o mercado, gerar emprego, renda e promover o crescimento da capacidade produtiva das indústrias.