Funasa atende mais de 400 mil índios no país

09/09/2004 - 12h09

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Com um orçamento anual de R$ 220 milhões, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) atende cerca de 410 mil índios no país. Ao todo, são mais de R$ 500 por índio anualmente, quase o dobro dos recursos repassados para o resto da população. Apesar disso, algumas regiões enfrentam problemas sérios como o aumento dos casos de malária e desnutrição.

Segundo o coordenador do Departamento de Saúde Indígena (Dsai) da Funasa, Alexandre Padilha, boa parte dessas doenças ocorre em função da presença de atividades econômicas no interior das reservas indígenas, tais como mineração, setor madeireiro e atividades agrícolas. Ele cita como exemplo a reserva Roosevelt, em Rondônia. O local é cenário de disputa pela extração de diamantes.

"Na reserva Roosevelt, o aumento da atividade de garimpo têm contribuído para um aumento significativo nos casos de malária. A Funasa está reforçando as equipes de combate à malária, com o uso de inseticidas para eliminar os mosquitos e atividades de diagnóstico e tratamento precoce", afirma Padilha.

Uma outra região que enfrenta graves problemas de saúde é a reserva indígena Xavante do Mato Grosso. Depois de dez meses acampados às margens da BR-158, eles conseguiram na Justiça uma liminar que garantiu o retorno à terra Marãiwatsede, uma região de 165 mil hectares. Mas a longa espera resultou na morte de três crianças e na desnutrição de várias delas.

Padilha explica que os Ministérios da Saúde, Justiça, Desenvolvimento Agrário, Meio Ambiente e a Funai vêm formulando uma portaria conjunta para projetos de desenvolvimento sustentável em segurança alimentar em terras indígenas. "Esse ano ainda a Funasa vai lançar o Fundo de Iniciativas Comunitárias, que vai financiar projetos pequenos de segurança alimentar das comunidades indígenas", promete.