Rio, 9/9/2004 (Agência Brasil - ABr) - O Brasil está na moda na Alemanha. A revelação foi feita pelo ministro Graf Waldersee, da Embaixada da Alemanha no Brasil, durante a BioFach América Latina 2004, a feira de produtos orgânicos que se realiza na cidade até amanhã (10). O ministro afirmou que o consumidor alemão se interessa por gêneros alimentícios sem agrotóxicos e no setor de fruticultura cresce a demanda por produtos orgânicos. E no Brasil, acrescentou, "a mesa está repleta de frutos tropicais".
Bem-humorado, Waldersee disse que a moda se estende também, "com entusiasmo", ao samba e à caipirinha. E ainda deu a receita: "Os brasileiros sabem melhor do que eu que boa cachaça é importante para o preparo da caipirinha, mas também que o limão é importante ingrediente. Na Alemanha há grande demanda por limões orgânicos. A mim cabe incentivar a todos que trabalham nessa área a produzir limão orgânico".
Na Biofach América Latina 2004 será realizado às 9h o debate "Tendências do Mercado Orgânico". Às 11h, o secretário nacional de Agricultura Familiar, Valter Bianchini, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, participará do painel "Programas de Apoio Público". E o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) promove o workshop "Orgânicos na Gastronomia da América Latina", no Salão Tropical do Hotel Glória.
Vendas duplicadas
Na Alemanha, a venda de produtos orgânicos foi duplicada nos últimos seis anos, atingindo o equivalente a 3 bilhões de euros, segundo o ministro Graf Waldersee, que no Brasil, no ano passado a agricultura orgânica ganhou um importante fundamento legal por meio da aprovação da Lei e da instituição da Câmara Setorial da Agricultura Orgânica.
O ministro informou que no âmbito da cooperação técnica o governo alemão fomenta projeto de desenvolvimento regional sustentável no Espírito Santo para o cultivo de produtos orgânicos, e por pequenos agricultores, em particular com o café. E que está sendo negociada com a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) a utilização de recursos para financiamento de projetos de agricultura orgânica no nordeste brasileiro. "A agricultura orgânica pode prestar uma contribuição duradoura no combate à pobreza, à fome e na segurança alimentar, pois ela apóia a fertilidade do solo assegurando e aumentando a renda através de recursos próprios, a diversificação da produção e a exploração dos novos acessos ao mercado", afirmou.