Dirceu aponta desafios para crescimento: transportes, educação, pesquisa e sistema bancário

08/09/2004 - 17h48

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio - O ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, José Dirceu, afirmou que o Brasil tem quatro grandes desafios a serem vencidos para fazer frente a um crescimento anual a taxas acima de 4% ao ano: transportes, educação, pesquisa científica e tecnológica e o sistema bancário e financeiro.

"O país não pode esperar e não há como compatibilizar um crescimento de 4% a 5% ao ano - com as exportações se expandindo 20 a 25% e a agroindústria 10 a 15% - se não conseguir equacionar os problemas de infraestrutura de transportes. O sistema rodoviário do, mesmo restaurado e recuperado, não comporta o fluxo de comércio atual", disse o ministro.

O segundo desafio, na avaliação de José Dirceu, é elevar a escolaridade média do nosso povo. Dobrar nos próximos anos esta escolaridade e "criar um vigoroso programa de educação técnico- profissional e ampliar em pelo menos 5 milhões de vagas o ensino médio, para dar cidadania a essa juventude que está fora do ensino médio".

Já o terceiro dos desafios a serem vencidos pelo Brasil, para o ministro, é o de garantir e sustentar pesquisa científica e tecnológica que assegure à nossa economia autonomia e independência para se desenvolver no mundo de hoje.

Finalmente, na avaliação do ministro, o quarto e último dos desafios é o de dotar o país de um sistema bancário e financeiro, publico e privado, que sustente a demanda real por investimentos:
"O país tem fome de crédito porque quer investir e a tarefa de todos nós, empresários, governo e o Congresso Nacional, é criar as condições para que tenhamos um sistema de crédito ao consumidor e ao empresariado compatível com as necessidades do país nos próximos anos. Os Bancos do Brasil, da Amazônia e do Nordeste e a Caixa foram e estão sendo reorganizados e re-planejados para sustentar o nível de financiamento, não só em infraestrutura, mas também
para as exportações, e as pequenas, médias e micro-empresas".

Lembrando que os financiamentos da Caixa Econômica Federal, nos últimos 20 meses, são os maiores dos últimos 10 anos, o ministro garantiu que o país tem condições de financiamento, inclusive na área de saneamento.

"O país tem condições de financiar R$ 7 bilhões anuais em investimentos da iniciativa privada ou das empresas públicas na área de saneamento. O BNDES e a Caixa estão preparados, mas para tanto nós precisamos equacionar nos próximos meses, no Congresso Nacional, a legislação sobre a área de saneamento, que é um gravíssimo contencioso federativo", afirmou o ministro-chefe da Casa Civil.