Rússia e Brasil repudiam ataque terrorista

03/09/2004 - 11h18

Daniel Dutra
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A embaixada da Rússia no Brasil lamentou hoje o desfecho da invasão de rebeldes chechenos da escola na cidade de Beslan, na região da Ossétia do Norte, parte da Federação Russa. Um grupo armado manteve sob a mira de armas e bombas centenas de pessoas, entre crianças, pais e professores.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou ontem nota em que o governo brasileiro condena a "recente escalada de ações terroristas" na Rússia e "reafirma seu repúdio ao terrorismo, independentemente dos autores e motivações".

As forças russas invadiram a escola na manhã desta sexta-feira e colocaram fim à invasão. No entanto, tudo indica que a tragédia pode alcançar enormes proporções, informa a embaixada. Agências de notícias russas e européias apontam que o número de mortos pode passar de 100. "Esses terroristas são minoria na Chechênia. A maioria da população de lá quer paz e tranqüilidade", afirmou o encarregado de negócios da embaixada russa no Brasil, Alexei Labetskiy.

Histórico

Os rebeldes querem a independência da Chechênia e a retirada das tropas russas do país. A Chechênia declarou independência da Rússia em 1991, mas, em 1994, o ex-presidente russo Boris Ieltsin enviou tropas à região, para restaurar a autoridade de Moscou.

A primeira guerra da Chechênia terminou com derrota para as forças russas, em 1996. Em setembro de 1999, o então primeiro-ministro Vladimir Putin ordenou nova ofensiva militar, considerando a Chechênia uma república rebelde e alegando que ela abrigaria rebeldes islâmicos.

Em 2003, com apoio do presidente russo Vladimir Putin, o líder checheno Akhmad Kadyrov foi eleito presidente, após a realização de um referendo. A partir dessa data, a Chechênia passou a ter uma nova Constituição e nova autonomia, mas continuaria integrando a Rússia.

Kadyrov, que já havia escapado de uma série de tentativas de assassinato, foi morto na capital chechena, Grozni, em um atentado a bomba realizado num estádio de futebol, em maio deste ano. E os rebeldes seguiram atacando outros alvos na Rússia.